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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Istambul, Turquia!


DADOS E INFORMAÇÕES IMPORTANTES:

País que Pertence: Turquia
Data de Fundação: 667 a.C
Gentílico: istambulita
População: 11,91 milhões de habitantes (2006)
Área (em km²): 1.538
Densidade Demográfica (habitantes por km²): 6.521
Administração: dividida em 33 distritos (bairros)
Principais Atividades Econômicas: indústria e comércio.
Temperatura média anual: 20 °C
Clima: temperado continental
Índice Pluviométrico anual: 880 mm



PONTOS TURÍSTICOS E CULTURAIS

- Basílica de Santa Sofia
- Palácio de Topkapı
- Mesquita de Arap
- Torre de Gálata (Galata Kulesi)
- Ilhas do Príncipe
- Torre de San Leandro
- Hipódromo
- Castelo das sete Torres
- Museu dos Mosaicos
- Museu Sadberk Hanım
- Mesquita Azul



www.suapesquisa.com



UMA CIDADE, DOIS MUNDOS

Uma metade na Europa, a outra na Ásia. Haréns dos sultões, bazares labirínticos, mesquitas, basílicas, vestígios romanos. Garotas de jeans e senhoras de burca. Um eletrizante mistério chamado Istambul

Não foi por meio das aulas de história que Istambul entrou pela primeira vez em meu imaginário, e sim quando assisti ao filme Expresso da Meia-Noite, uns 20 anos atrás. Fiquei com a idéia de que era uma cidade que cheirava a encrenca. Ao conhecê-la, no início de junho, descobri que, na verdade, ela cheira a pistache, amêndoa e café. Encrenca só vi no trânsito. Mistério vi em toda parte

Ainda que a capital da Turquia seja Ankara, é de Istambul que todos falam e para onde todos querem ir, atraídos por sua singularidade: uma metrópole cortada pelo Estreito de Bósforo, ficando uma de suas metades na Ásia e a outra, na Europa. Essas duas metades, no entanto, se confundem. Nas ruas, garotas de vestido decotado caminham ao lado de mulheres enfurnadas em burcas, mesmo a uma temperatura de 37 graus. O verão é muito quente e úmido. No inverno, neva. O clima é apenas um de seus extremos.

A suntuosidade dos palácios, das mesquitas e basílicas contrasta com a sujeira das ruas e a humildade do povo: não se vêem sultões andando de BMW pelas avenidas. Depois de ter sido a cidade mais rica do mundo cristão, quando ainda se chamava Constantinopla, hoje o luxo de Istambul está confinado em locais como o Topkapi, antiga residência imperial formada por diversos pavilhões e pátios internos. Lá estão, abertos à visitação, os tesouros do Império Otomano (jarros incrustados com pedras preciosas, adagas de ouro e esmeraldas que humilhariam os anéis de Elizabeth Taylor) e o harém onde o sultão guardava outras jóias: suas roliças e fogosas concubinas. Grande parte do Topkapi é hoje um parque público, com jardins bem cuidados, situado na área conhecida como Região do Palácio do Sultão.

Poucos quarteirões adiante fica Sultanahmet, outro dos bairros que atraem mais turistas. Ali, de frente uma para a outra e separadas apenas por uma pequena praça, a Mesquita Azul e a Basílica de Santa Sofia competem em majestade. A primeira, com seus seis minaretes esguios apontados para o céu, é internamente recoberta de azulejos e de silêncio: entra-se sem os sapatos, mas não sem respeito. De maio a setembro, assim que começa a escurecer, turcos e turistas se reúnem na pracinha defronte para assistir ao espetáculo de som e luzes projetadas sobre a mesquita. Enquanto uma voz narra, pelos alto-falantes instalados nos minaretes, a história da sua construção (cada noite em um idioma diferente), música e canhões de luz tentam preencher os olhos e ouvidos atentos da platéia. Tentam. Não estou segura da satisfação da clientela: as gaivotas que sobrevoam a mesquita me pareceram mais atraentes do que os tímidos efeitos luminosos.

A Basílica de Santa Sofia, por sua vez, não só impressiona por fora, com seus tons de terracota, mas principalmente por dentro. Ao entrar em sua nave principal, o fôlego desaparece, a cabeça ergue-se para cima e a gente só não cai de joelhos por detalhe. A visão é vertiginosa. Tudo é mega e fascinante: a altura da cúpula, os mosaicos, as colunas, os balcões e os estupendos medalhões caligráficos, dourados, pendurados nas paredes.

Ainda em Sultanahmet, na esquina da Santa Sofia, uma bilheteria acanhada vende ingressos para uma intrigante aventura subterrânea: a visita à Cisterna da Basílica. Desce-se por uma escadinha e, de repente, estamos embaixo da terra, em quase absoluta escuridão, entre colunas de mais de 8 metros de altura e com pingos caindo lenta e educadamente sobre nossa cabeça. Trata-se do antigo reservatório de água da cidade. Passarelas molhadas nos conduzem entre as 336 colunas bizantinas, ao som de música new age. O cenário faz lembrar um filme de Indiana Jones. Mais uma extravagância da cidade.

A prova de que tudo é grande em Istambul está na moeda: a entrada para o Topkapi custa 15 milhões de liras turcas; a entrada para a cisterna, 8 milhões; e para a Santa Sofia, 6 milhões. É um susto, mas a quantidade de zeros não reflete seu valor: 15 milhões é mais ou menos 10 dólares. Com 1 milhão de liras você não compra mais do que duas garrafinhas de água mineral.

Deixando um pouco de lado as obras monumentais, há vida prosaica em Istambul. No bairro de Beyoglu, do outro lado do mítico e plácido braço de mar chamado Golden Horn (Chifre de Ouro), está a Torre de Gálata (recomendo uma subida para apreciar a vista de 360 graus da cidade) e a larga avenida Istiklal Caddesi, um calçadão onde você descobre que nem só de tapete vive o comércio do país. Aqui estão diversas lojas de instrumentos musicais, butiques de grife, uma livraria encantadora chamada Robinson Crusoé, uma filial da rede de sorvetes Mado (considerado o melhor do país) e a interessante galeria Çiçek Pasaji, um antigo mercado de flores cujas barracas abrigam hoje diversos restaurantes e cafés típicos. No final da avenida Caddesi chega-se à praça de Taksim, o coração cosmopolita de Istambul. Um perímetro mais comum a nós, 100% ocidentais, se é que se pode chamar de comum um lugar em cujos outdoors e placas boa parte das palavras começa com cedilha.

Ainda nos arredores da Istiklal Caddesi, pipocam atrações. Em uma de suas travessas situa-se o lendário hotel Pera Palas, que hospedava os passageiros mais ilustres do trem Orient Express, e ficou ainda mais conhecido depois que se tornou uma espécie de segundo lar da escritora inglesa Agatha Christie, a rainha dos romances de mistério. Seu bar ainda cultiva um certo charme, mas o hotel está decadente. Desconfio que a criadora do detetive Hercule Poirot hoje optaria por um Crowne Plaza.

Aliás, há muitos hotéis de rede em Istambul. Mas nada como se hospedar numa antiga mansão otomana restaurada para não fugir do espírito da cidade. Na pequena e tranqüila rua de pedra Sogukçesme Sokagi, junto à praça Sultanahmet, há uma série dessas casas que viraram os chamados hotéis de licença especial. O mais charmoso deles é o Konuk Evi. O ex-presidente francês François Mitterrand o adorava. Não se aflija: eu me hospedei lá e em nenhum momento precisei dizer em voz alta o nome da rua, que é realmente impronunciável.

Cheguei e parti de Istambul sem saber dizer obrigado em turco. Tentei decorar, treinei em casa, mas na hora não saiu: é tesekkür ederim (com cedilha no esse!!). Mas, sabendo dizer obrigado em inglês, ninguém se aperta. A maioria das pessoas com as quais o turista se relaciona fala um inglês básico. Principalmente os comerciantes. Estes, se for preciso, falam até português com sotaque carioca, desde que você compre deles um legítimo kilim.

Istambul, aliás, é uma cidade toda atapetada. Tem tapetes nas calçadas, nos bares, em cima de mesas e cadeiras, saindo pelas janelas. É tapete pra tudo quanto é lado - e o efeito visual é bonito à beça. Impossível sair da cidade sem levar ao menos um. Em Sultanahmet, o melhor lugar para adquiri-los é no Arasta Bazar, uma rua ao lado da Mesquita Azul. O assédio dos vendedores não é a melhor recordação que você vai levar da cidade, mas faz parte da cultura local. Se você é loiro, e/ou tem olhos claros e/ou está levando uma mochila nas costas, terá revelada sua condição de turista e receberá um assédio de proporções quase indecentes. Eu, mesmo tendo o aspecto de uma muçulmana, não consegui evitar - levava uma mochila nas costas.

É assim no Arasta - e é assim num dos mercados mais famosos do mundo, o Grande Bazar, que não é grande, é enorme. Os riscos de se perder lá dentro, no entanto, são mínimos. Basta você se lembrar do nome do portão pelo qual entrou (há vários) e, quando quiser ir embora, seguir as indicações das placas internas. Portanto, perca-se, o lugar pede. E, ao bater em retirada carregando seus oito tapetes, suas cinco capas de almofada, seus dois conjuntos de chá, seus sete castiçais e seus 11 pratinhos de porcelana, não esmoreça e dirija-se ao Bazar Egípcio (ou das Especiarias), não muito longe dali. Aí sim, acrescida sua bagagem de vários chás e temperos, almoce no Pandeli, uma instituição turca que fica no segundo andar do prédio.

Eu poderia ficar até amanhã falando sobre Istambul, mas a revista continua e você precisa ir adiante. Faltou dizer que, se você quiser ver dança do ventre, há casas noturnas que apresentam o espetáculo, ainda que no quesito sensualidade as brasileiras sigam imbatíveis. Que é uma cidade que já vem com trilha sonora: há sempre um som exótico ou misterioso saindo de algum lugar. Seja dos minaretes, cujos alto-falantes convocam a população às orações do dia, seja uma música de rua, há sempre o que ouvir. E que, se você ficar apenas três ou quatro dias, vai ser pouco. Istambul é grande, como já foi dito. São dois continentes numa cidade só.

Martha Medeiros

Fonte: viajeaqui.abril.com.br










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