Barcelona - Espanha
Em Barcelona
- Museu Nacional de Arte da Catalunha
- La Rambla (rua turística)
- Grande Teatro do Liceu
- Monumento a Colón
- Palácio da Música Catalã
- Parque Güell
- Catedral de Barcelona (estilo gótico)
- Templo Expiatório da Sagrada Família
- Casa Milà
- Museu Picasso
- Estadi Olímpic Lluís Companys
- Torre de Collserola
- La Rambla (rua turística)
- Grande Teatro do Liceu
- Monumento a Colón
- Palácio da Música Catalã
- Parque Güell
- Catedral de Barcelona (estilo gótico)
- Templo Expiatório da Sagrada Família
- Casa Milà
- Museu Picasso
- Estadi Olímpic Lluís Companys
- Torre de Collserola
Daqui:
BARCELONA
Barcelona não é para qualquer um. Os dias são uma aventura e não há fôlego que dê conta das noites. Prenda a respiração e prepare seu espírito: você está entrando na cidade das artes e da diversão. Do alto de sua sabedoria, escolheu a dedo o palco de sua aventura na Terra: Barcelona, à beira do Mediterrâneo, capital oficial da Catalunha e, sobretudo, a cidade que tem uma das - talvez as - melhores noites da Europa. Se em Paris ou em Viena os cafés são instituições, em Barcelona o que comanda a festa são os bares. A única coisa que permanece sempre a mesma é o talento de continuar sendo a cidade do momento e arrebatar quem pisa aqui pela primeira vez.
A noite de Barcelona é tão grande que não cabe na disposição do mais experimentado dos notívagos. Para experimentar essa sensação, o garotão caprichou no banho, salpicou o corpo com perfume e vestiu a roupa da moda. Consultou então o Guía del Ocio, uma mistura de mapa da mina e caminho das pedras do lazer em Barcelona, vendido em qualquer banca de jornal e que custa algo como 1 dólar. Saiu do hotel às onze da noite (pois antes disso nada acontece na cidade, da mesma forma que querer almoçar a uma da tarde é pedir para dar com o nariz na porta do restaurante) e rumou a Barceloneta, onde fica o Porto Olímpico, um dos locais da moda, perto da praia, uma construção em forma de U na qual veleiros e iates ancorados convivem com uns sessenta bares e restaurantes. Havia bastante gente no lugar, mas nada que justificasse a fama da cidade. Com fome, hesitou se jantaria numa pequena pizzaria, chamada Panini, localizada bem no meio do U, ou se experimentaria uma paella ou um arroz negro, feito na tinta de uma espécie de polvo, em um dos vários restaurantes de frutos do mar. Escolheu a paella, num restaurante tranqüilo, na ponta final do U.
Lá pela uma da manhã, o garotão pagou a conta, saiu do restaurante e quase caiu para trás. Foi andando devagar, refazendo o circuito de volta, entrando e saindo dos bares, comparando as decorações, as especialidades da casa, o público de cada um, a vertigem das ofertas, o agito e as promessas. No centro do U, tentou conferir como andava o movimento da pequena pizzaria, a tal Panini que ele quase entrou na ida. Não conseguiu. Tudo havia mudado. A iluminação tênue do restaurante cedeu a vez para as luzes de estrobo estourando na escuridão. No lugar das mesas, jovens se esfalfavam de tanto dançar. Em vez da garrafa de vinho, brindes com copos de uísque, margueritas e Tio Pepe. No bar, duas gogo girls, uma loira, outra morena, uma linda, a outra mais ainda, trajando vestidos pretos que mais pareciam pintados no corpo, dançavam e atendiam os pedidos. Sequer os 5 quilômetros de praia (coisa raríssima numa grande cidade européia), que vivem transbordando de gente no verão, podiam ser aproveitados. Há seis anos, as praias viviam separadas do resto da cidade por uma decrépita linha de trem e por um bairro inteiro ocupado por fábricas antigas e feias. Perto de Montjuic, uma das montanhas que circundam Barcelona, numa área até então mal-aproveitada, nasceu a Vila Olímpica. A beira-mar, o agito de Barceloneta. É coisa demais para um lugar com somente 99 quilômetros quadrados, ou doze vezes menor do que Paris.
Um tanto surrado pelas idas e vindas da História, o orgulho catalão firmou o passo, levantou a cabeça e encheu o peito - e olhe que orgulho catalão, mesmo nas épocas de baixa estima, é orgulho que não acaba mais. Nunca cometa a bobagem de achar que Barcelona e o resto da Espanha são a mesma coisa. Ser catalão significa ser um trabalhador incansável (Barcelona é a cidade mais rica da Espanha, tem um dos portos mais importantes da Europa, bancos em profusão), racional (quando uma criança faz alguma tolice, os pais não dizem "comporte-se", e sim "pense, use a cabeça"), inventivo (o inventor do submarino, Marcis Monturiol, é de uma cidade vizinha, Figueiras, a mesma de Salvador Dalí), amante do teatro (o reverenciado Fura Del Bals é daqui), da boa música (esta é a terra do violoncelista Pablo Casais), da ópera (berço da soprano Monserrat Caballé, que, junto com Freddie Mercury, ex-vocalista do Queen, lançou um disco chamado, justamente, Barcelona) e da pintura (Miró por nascença e Picasso por adoção).
Mas se existe algo ou alguém que traduz para um turista o que é a alma catalã, ou a parte visível desse espírito, é a obra arquitetônica - pois a arquitetura é um dos maiores combustíveis do orgulho catalão. Principalmente a do inconfundível mestre Antoni Gaudí, o homem que é uma espécie de sinônimo de Barcelona. O próprio cartão-postal da cidade, a Catedral Sagrada Família, assinada por ele, é o melhor exemplo disso. A fachada da Paixão é bonita, mas, como outro arquiteto resolveu dar seu toque pessoal, ela não é tão sublime quanto a do Nascimento, onde se vê todo o estilo de Gaudí. A força de Gaudí ficará ainda mais clara se você já conhece a imponente Catedral de Barcelona, no centro histórico da cidade, uma igreja em estilos gótico e neogótico, na frente da qual o povo se reúne nos finais de semana para se deixar
embalar pela sardana, uma dança de roda típica catalã. Nela, funciona um museu onde se aprende como Gaudí reformou um prediozinho quadrado e sem graça na Passeig de Grácia, rua elegante e cheia de boas lojas e o transformou na famosa Casa Battló, na qual cimento, tijolos e tinta se misturam para desenhar uma alegoria da batalha de São Jorge contra o dragão - telhas azuis representam as escamas do dragão, uma cruz no alto abarca tanto a espada de São Jorge como as lágrimas de uma donzela e as sacadas brancas significam as ossadas das vítimas devoradas pelo monstro. Ao lado dessa casa, e na esquina da mesma rua, ficam mais duas construções de outros dois importantes arquitetos catalães, Lluís Domènechi i Montaner e Josep Puigi i Cadafalch - por isso, esse ponto é conhecido como o Quarteirão da Discórdia, no qual diferentes estilos se confrontam. Não só Gaudí, mas muitos outros, quase anônimos, ajudaram a transformar Barcelona, uma cidade construída sob ruínas romanas com 2 mil anos de idade (se você quiser, pode ver colunas dessa época, ainda intactas, encravadas a dez metros abaixo das calçadas da cidade, no Bairro Gótico da Cidade Velha, ou então comprar um ingresso para o Museu Nacional d´Art de Catalunya, com um acervo maravilhoso de pinturas murais românicas). Uma dessas pessoas teve como incumbência dar um jeito num aluvião nada nobre (ou seja, um esgoto a céu aberto) que carregava os dejetos da cidade para o mar. De acordo com suas idéias, a área foi soterrada e, em seu lugar, surgiu uma rua mitológica - uma tal de Rambla, que, décadas depois, virou um dos raros cartões-postais de Barcelona que não tem a ver com Gaudí. As ramblas do planeta são uma imagem: o espírito da Rambla de Barcelona deveria ser universal, com a alegria e descontração de suas vendas de flores e passarinhos, bancas de jornal, lojas de suvenires, estátuas vivas, artistas e músicos, cafés e docerias (pastelerias, em espanhol). O ponto fulgurante é que a animação transborda de cada centímetro do chão. Já o pedaço desagradável é que, atraídos pelo imenso número de turistas que circula pela Rambla, quase sempre há uma legião de trombadinhas para carregar as câmeras e as carteiras dos incautos (longe dali, a cidade costuma ser segura). Batizada de Barcino pelos romanos em 133 Antes de Cristo, Barcelona caiu nas mãos dos mouros e dos francos nos séculos seguintes. A rivalidade
entre os catalães e o resto do país começou a nascer na Idade Média, em 1474, com o casamento de Isabella de Castella e Ferdinand de Aragão, que anexaram a Catalunha e Aragão à Espanha. Madri virou capital oficial em 1562, mas, orgulhosa como sempre, a Catalunha continuou autônoma até o século 18. Nessa época apoiou um austríaco, da poderosa dinastia dos Habsburgo, que pretendia ocupar o trono da Espanha. Em represália, todas as manifestações da cultura catalã foram reprimidas - a mesma coisa que ocorreu neste século, durante a ditadura de Franco na Espanha. Hoje, o Eixample, onde está a Sagrada Família, concentra quase todo o comércio chique da cidade, prédios em estilo art noveau e modernista, muitas casas noturnas e bares, sendo que alguns deles você nunca viu nem verá nada igual, nem em Nova York nem em qualquer outra cidade que tenha uma vida noturna palpitante. Na Calle Provença, por exemplo, fica o bar Fira, com uma entradinha escondida à meia-luz, decorado com pedaços de parque de diversões do século passado. São autômatos que só existem ali, em museus ou em filmes mudos, pôsteres do tempo do onça com atrações como a mulher barbada ou o homem fera, fliperamas com bolas de madeira e coisas parecidas. Tanto podem ser casais de meia-idade perdidos na noite barcelonense quanto turistas europeus que ouviram falar da peculiaridade do bar, ou nativos que não escondem a contrariedade ao ver que seu reduto está sendo invadido por alienígenas.
Acima do glamour e excentricidade do Eixample, está o Tibidabo, a outra montanha que circunda Barcelona. Ali também há bares e casas noturnas curiosas, como o Rosebud ou o Particular, com mesas ao ar livre no meio de um bosque durante o verão ou uma quase alcova à luz de velas para o inverno. Em qualquer época, com frio ou sol causticante, outro lugar que vive cheio é o Mirablau, um bar-danceteria incrustrado no alto da montanha. Mesmo que a música não seja grande coisa ou que falte ar no meio do aglomerado de gente, você há de se sentir recompensado com a vista da cidade que o lugar permite. Ao lado, há um anexo com mesas ao ar livre e um bando de garotos e garotas loucos para compartilhar experiências. Abaixo do Eixample, por sua vez, está uma das relíquias da cidade, o Bairro Gótico, com suas ruelas centenárias, algumas com menos de 2 metros de largura, e várias danceterias nem tão antigas assim, mas que são lugares tão "modernos" que os passos de dança parecem extraídos de algum ponto da História entre a Idade da Pedra Lascada e o movimento punk.
Nessa região, também ficam a Prefeitura de Barcelona, a sede do governo da Catalunha e, o que talvez mais interesse aos turistas, os melhores bares que servem as melhores cavas (a champanhe catalã) da cidade. O cardápio só existe na cabeça do dono, que também cumpre a função de garçom, caixa, balconista e seja lá mais o que for preciso. Depois, deve-se espiar as tapas exibidas no balcão e pedir o que seu coração manda - e, se ele bater forte, há de escolher anchovas, possivelmente as melhores do mundo. Em ambos, há praias (embora as brasileiras sejam esplêndidas e as daqui, de areias escuras e grossas, valham mais pelo agito e pelo topless do que pelas belezas naturais), muito calor (quase 35 graus no verão) e afabilidade de sobra (se, por exemplo, você pedir uma informação de onde é o metrô, um catalão é capaz de acompanhá-lo desinteressadamente até a porta da estação). O barcelonense é tão fanático por futebol e pelo Barcelona, seu time mais importante, que há casos de crianças que ainda estão na mente de Deus mas que, de acordo com a vontade se seus país, já são sócias e torcedoras do Barcelona. Se o time perde, metade da cidade fica de luto. Mas se o Barcelona ganhar e você der a sorte de ser um brasileiro na cidade nesse dia (e ainda mais se o gol da vitória for do carioca Ronaldinho), prepare-se para ganhar de presente umas tapas ou cavas - e fique certo, a oferta da casa não é por causa de seus belos olhos azuis, e sim o produto da retribuição de um catalão a um conterrâneo do brasileiro que mais alegrias lhe tem dado.
Depois de Barcelona, o homem nunca mais é o mesmo. E você pode voltar tranqüilo que, no ritmo que a cidade caminha, também ela não será mais a mesma. No verão, Barcelona é muito parecida com o Brasil. No inverno, não chega a nevar, mas pode fazer um frio respeitável. Na maior parte do ano, o fuso horário é de 4 horas em relação a Brasília. Na época do horário brasileiro de verão, a diferença diminui para 3 horas. Como a maioria dos vôos do Brasil para cá são noturnos, se você consegue dormir no avião, o fuso não atrapalha muito.
Passe pelo menos uma madrugada entrando e saindo de bares, e também conhecendo o agito das danceterias. Não deixe de tomar uma cava acompanhada de anchovas no Xampanyet nem de beber umas cervejotas na praia. Para agradar sua alma, reserve pelo menos 2 horas para ficar de bobeira observando as figuras esculpidas na fachada da Sagrada Família.
No verão, mesmo o venerando centro histórico da cidade fica apinhado de garotões com bermudas e mocinhas de minissaia.
A primavera e o outono são meses ideais para curtir Barcelona. A cidade tem bastante gente e muita agitação a qualquer época, mas, no inverno, a chuva e o vento frio podem atrapalhar e, no verão, o calor excessivo e congestionamento das ruas, provocado pela multidão de turistas, tendem a incomodar. O telefone do competente Turismo de Barcelona é 0034, prefixo da Espanha, (3, prefixo da cidade) 304-3135, e o fax (0034-3-304-3155).
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Daqui:
www.barcelona.guide.com.br
7 comentários:
Soninha,como gosto muito de viajar foi bom ler e rever os lugares
Beijinhos
Graça
Soninha,apesar de amar os seus blogues no geral este amo de mais!
Como está lindo!
Como "educa",mostrando e sugerindo!
Parabéns!
Beijo.
isa.
Amiga adorei este seu cantinho que ainda não conhecia, já sou sua fã.
Beijinhos
Maria
Conheço bem a cidade e os locais apontados. Já a visitei em Junho e noutra altura em Setembro, penso serem boas épocas pois o calor aperta menso...recomendo.
Beijinhos
Como é linda a Barcelona!Edificios modernos em contraste com aquelas pequenas ruelas...adorei!
Sônia,adorei a viagem a BARCELONA.Quanta beleza,modernidade convivendo com locais tão diferentes.Seu blog ta demais.Gosto muito.OLIVA
Barcelona é isto ai e muito mais. As fontes luminosas musicais que nudam de cores de acordo com a música são deslumbrantes. Tudo o que é belo resplandece nesta cidade.Só achei os motoristas dos ônibus urbanos meio malucos. mas bem divertidos.Peço a Deus que me permita voltar um dia.
Estou indo para a italia agora em maio, que tal postar umas boas dicas sobre Milão, Gênova, Capri e Sorrento?Eu Iria adorar.
Bjs.
Dilemar
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